O Papel do Gestor em Projetos: Comunicação, Confiança e Foco no que Realmente Importa
- Amir Issa
- 14 de jul.
- 2 min de leitura
Iniciar um projeto seja uma obra, uma reforma, um serviço de manutenção ou qualquer outro tipo de empreitada envolve muitos desafios. Um dos maiores não está nos recursos técnicos, mas na forma como a equipe se comunica e como o gestor exerce sua liderança.
Muita gente acredita que o papel do gestor é “saber de tudo” que acontece no projeto. Mas será mesmo?
A verdade é que, por mais experiente, engajado e presente que um gestor seja, não é possível nem saudável que ele centralize todas as informações e decisões. Fazer isso é um caminho certo para o desgaste da liderança e a perda de autonomia da equipe. Gestão é sobre foco e não sobre controle total
Um bom gestor sabe identificar os pontos-chave do projeto ou seja, os KPIs (Key Performance Indicators). São esses indicadores que guiam sua atuação. Coisas como:
O projeto está dentro do prazo?
Estamos mantendo o orçamento previsto?
A execução está de acordo com o escopo e os padrões de qualidade?
Há riscos relevantes surgindo no caminho?
Esses são os assuntos que merecem a atenção direta da liderança. Por outro lado, detalhes como o tipo de parafuso utilizado, pequenos ajustes operacionais ou ausências pontuais de funcionários desde que não afetem o andamento global do projeto devem ser gerenciados pelos responsáveis diretos da execução: engenheiros, encarregados e técnicos.
Um exemplo prático: instalação de dutos de ar-condicionado
Imagine que você está gerenciando um projeto de instalação de dutos de ar-condicionado em um grande edifício. O que você precisa acompanhar?
Prazos de entrega
Custos acumulados
Margem de lucro
Aderência ao cronograma físico-financeiro
Agora, será que você também precisa saber se foram utilizados parafusos do tipo A ou B? Ou se o ajudante da equipe técnica faltou na terça-feira?
A menos que isso impacte diretamente algum dos indicadores-chave, a resposta é não.
Essa triagem de informações é o que permite ao gestor tomar decisões estratégicas e não operacionais mantendo o foco no que realmente importa.
Comunicação aberta e confiança: a base de tudo
Para que esse modelo funcione, é indispensável que exista confiança mútua entre o gestor e a equipe. Isso envolve:
Estabelecer uma comunicação clara e objetiva desde o início do projeto
Criar canais para reportar desvios de rota quando necessário
Dar liberdade para a equipe executar suas tarefas com autonomia
Evitar microgestão, mas manter-se acessível
Uma equipe que confia na liderança não hesita em comunicar riscos ou problemas reais. E um gestor que confia em sua equipe sabe que nem tudo precisa passar por ele e que isso é um sinal de maturidade organizacional.
Conclusão: menos controle, mais liderança
O papel do gestor não é ser um “centralizador de tudo”, mas sim o guardião do propósito, do prazo e da qualidade do projeto. Ele precisa enxergar o todo, tomar decisões com base em dados relevantes e manter a equipe engajada.
No fim das contas, uma gestão eficaz se faz com comunicação estratégica, confiança bem construída e clareza sobre o que realmente importa.



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